A fisiologia do coração
Quase todos os dias recebo e-mails sugerindo artigos científicos para leitura. Normalmente não me interesso muito por aqueles que não falam sobre a minha área, mas um deles chamou a atenção. Era um estudo cuja conclusão sugeria que pacientes casados apresentavam melhor prognóstico cardiovascular após um infarto agudo do miocárdio, em comparação com viúvos, divorciados ou solteiros. Em outras palavras, o casamento seria um fator protetor para o coração durante a recuperação de uma doença grave. Como completamos seis meses de casados recentemente, me identifiquei com o assunto e parei para fazer uma reflexão. Afinal, na literatura médica com frequência aparece algum dado que sugere que os casados vivem mais. O que muda, então? Por que casar faz bem?
Não é só o estado civil que muda para a sociedade. De repente você é invadido por um sentimento: nunca mais estarei sozinho. Aquela pessoa que dorme e acorda com você jurou que estaria ali, na alegria e na tristeza, saúde e doença. Quem casa tem sempre alguém para dividir! E a vida é bem melhor quando compartilhada, não é mesmo? Compartilham-se boletos, idas ao mercado, refeições, tarefas domésticas, noites em claro, angústias, aflições, medos, alegrias, conquistas e os melhores momentos da vida. Fazer tudo sozinho é um saco! Dividir multiplica o amor. E como é bom ter alguém para caminhar ao nosso lado, escolher o caminho junto, errar e voltar pra estrada com a gente. Essa cumplicidade faz bem pro coração e pra alma.
Voltando ao artigo, no final a estatística aponta que mais estudos são necessários para comprovar essa tese. Mas uma coisa é notória: algo realmente muda para melhor quando casamos.
Ficamos mais felizes e completos!
E um coração feliz com certeza é um coração mais saudável.
Uma Mariana que prefere ser chamada de “Má” e se apresenta como “Malé” para quem me conhece há quase 30 anos.
Médica desde que me entendo por gente e cirurgiã por vocação. Noiva, e agora esposa do Felipe, meu conto de fadas que se torna realidade todos os dias. Mãe sem querer do Apollo, uma pessoinha muito esperta que mora no corpo peludo de um golden retriever.
Escritora amadora de crônicas da vida real por acaso.
Apaixonada pelo casamento, pelos sentimentos verdadeiros e motivada pela felicidade daqueles que amo.